Bom primeiro leia esta resenha, que
já havia sido publicada aqui:
Yuri Otani é uma garotinha da sexta série que é eleita, contra a
sua vontade, a caçadora de aliens da turma. Isso mesmo: caçadora de aliens! E
agora ela tem a responsabilidade de capturar os aliens que eventualmente venham
a cair na escola. Para isso ela conta com a ajuda de outras duas caçadoras de
aliens, Kumi Kawamura e Kasumi Tomine, e da professora Megumi Hisakawa, que é a
orientadora do Grupo Alien. Para se protegerem dos aliens, elas têm aliens
simbióticos chamados "Borgs" (parecem sapos com asas), os quais elas
colocam na cabeça como se fossem capacetes. Os "Borgs" são
inteligentes e têm habilidades de ataque e defesa. Normalmente eles só defendem
as meninas mas, quando elas correm perigo, eles ficam bem violentos.
Apesar da estranha premissa do anime, o mais importante não é a
caça aos aliens e, sim, a relação entre as personagens e os seus sentimentos,
responsabilidades, medos e inseguranças, notavelmente em relação ao fato de
estarem crescendo.
O traço é bem simples, as personagens têm os olhos e orelhas bem
grandes, e a cabeça é meio arredondada, mas a qualidade da animação é boa,
porém nada acima da média. Já os aliens se parecem com versões de animais
normais, mas com algumas modificações para ficarem com cara de aliens (duh!). O
som e as músicas também são medianos, a música de início até que é divertidinha
e a do final é legalzinha também. Enfim, nada que se destaque muito na parte
técnica.
As personagens são bem críveis (desde que você acredite que
existam pessoas daquele jeito, menos a Kasumi). A professora é bastante calma e
quer que as meninas sejam boas caçadoras de aliens, para que possa derrotar a
professora orientadora do Grupo Alien de outro colégio. A Kasumi parece ser a
menina perfeita, sendo excelente em tudo que faz e tendo vencido competições de
tudo o que você puder imaginar (viu o que eu disse?) e sendo, logicamente, a
melhor caçadora. Ela gosta de todo mundo, porém carrega no seu peito uma
tremenda solidão, causada pela falta que sente do irmão mais velho que foi
estudar no exterior. Kumi é uma menina muito responsável que mora com a sua
mãe, que é escritora e que provavelmente não sobreviveria sem a Kumi, pois esta
parece fazer tudo dentro de casa. Desde a primeira série ela foi a
representante de classe, e na sexta ela decide ser uma caçadora porque não quer
mais ter que se responsabilizar pelos outros. Por isso, no começo, ela é bem
fria com a Yuri, que quer se escorar nela, mas depois ela acaba cedendo ao seu
instinto "mãezona". Também tem a Miyu, melhor amiga da Yuri, para
quem esta fica se queixando de não gostar do grupo alien e que depois fica
amiga das outras caçadoras. Por último tem a Yuri, que é um pé no saco. Ela
passa os 4 episódios do OVA chorando, dizendo que está deprimida porque não
gosta de ser uma caçadora, se escorando na Kumi e na Kasumi (mais na Kumi) e
ficando com medo. Apesar disso, ela proporciona alguns dos melhores momentos do
anime, que são os seus sonhos surreais.
Este é um anime muito divertido, baseado no desenvolvimento
psicológico dos personagens e usando a caça aos aliens como pano de fundo.
Porém, não é nenhuma obra-prima. O único ponto realmente contra que este anime
tem é o final em aberto deixando um gancho para continuar a estória (só que,
pelo que eu saiba, não existe nenhuma continuação, a não ser no mangá).
Bom, sete anos se passaram e não
mudaria nada no texto. Mas hoje gosto mais do anime do que gostava naquela
época. Depois de ter lido outro mangá do autor de Alien 9, toda essa parte da
metáfora do crescimento começou a me agradar mais.
Avaliação: recomendado
E o mangá?
Bom, por ter gostado do anime e por causa do final em aberto com um baita cliffhanger, fiquei muito contente quando pude ler o mangá. Infelizmente foi uma decepção. Primeiro porque a parte que o anime adapta é melhor no anime do que é no mangá. No anime eles dão mais importância ao que se passa na cabela das meninas, aproveitando partes como a da viagem nas férias e o ataque do Yellow Knife para aprofundá-las. O mangá dá pouco espaço para isso e só chega a focar mais nessas coisas no final e no Alien 9 Emulators, que é uma continuação direta.
Faltando a parte das angústias adolescentes das meninas, o foco fica no sci-fi. O enredo que o autor cria é até criativo e ele explica o motivo das ações da professora, que envolvem uma conspiração. Também foi bom finalmente ver o que acontece depois do cliffhanger do fim do anime. O problema é que o mangá tem um tom muito tranquilo. Em nenhum momento investe no clima de conspiração ou mesmo na ameaça dos aliens. E com os dramas das meninas com espaço menor, o mangá acaba ficando sem sal.
Apesar disso, ele consegue criar situações pontuais com aliens que são pesadinhas, ainda mais porque as personagens são crianças. A premissa é até interessante e o design dos aliens também é legal, além dos poderes das meninas. Só que o ritmo é ruim e o mangá parece truncado em várias partes, como se o autor tivesse omitido coisas para adiantar o enredo, com mudanças muito repentinas de uma situação para a outra, coisa que foi remediada no anime justamente dando mais espaço para as meninas.
Com mais espaço para a parte psicológica das personagens e com um foco maior na conspiração, este mangá poderia ser ótimo. Mas não é isso que temos.
Avaliação: regular
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